quinta-feira, 11 de novembro de 2010

G20 marca a estreia de Dilma na cena internacional com foco na economia.

Maurício Moraes, do R7

Analistas preveem menos abraços e mais senso prático da presidente eleita.

O presidente Luiz Inácio Lula da Silva desembarcou nesta quinta-feira (11) em Seul, na Coreia do Sul, e avisou que irá “vestido para a guerra” à cúpula do G20 (grupo das potências e dos principais países emergentes do mundo). O encontro também marca a estreia de Dilma Rousseff na cena internacional. A presidente eleita também já mostrou disposição para brigar por uma reconfiguração do comércio exterior, que pode ser o foco de sua diplomacia.

Lula e Dilma falaram sobre o tema na primeira entrevista coletiva da presidente eleita, no último dia 3 de novembro, em Brasília. O atual governante foi claro.

- Vou para o G20 para brigar. Se eles já tinham problema para enfrentar o Lula, agora vão enfrentar o Lula e a Dilma.

Lula referia-se à guerra cambial travada pelas maiores economias do planeta, em que cada país tenta manter sua moeda barata para facilitar as exportações. Essa guerra das moedas deve pautar o encontro na Coreia do Sul (saiba mais sobre a questão no infográfico abaixo).

Para o professor José Flávio Sombra Saraiva, da UnB (Universidade de Brasília), a agenda econômica internacional deve ser o grande foco da presidente eleita, que deve trocar os abraços calorosos de Lula em Hugo Chávez, da Venezuela, e Mahmoud Ahmadinejad, do Irã, por uma diplomacia mais pragmática, focada nas questões econômicas.

- Dilma vai receber uma balança [comercial, ou a soma das exportações menos a soma das importações] provavelmente deficitária. Ela sabe que o Brasil corre o risco de vulnerabilidade externa.

Guerra cambial
Na sua primeira entrevista, ao lado de Lula, Dilma criticou potências como a China e os Estados Unidos que tentam, a todo custo, desvalorizar suas moedas para ganhar mais competitividade no mercado internacional.

Saraiva diz que “o Brasil pode ser atropelado por uma crise mais grave”, por isso Dilma deve ser atuante em fóruns como o G20.

Segundo ele, “agora há uma implicação de produtividade”, ou seja, essa guerra de moedas pode afetar a relação comercial entre as nações e tem consequências na industrialização de alguns países, como o Brasil, que tem sua moeda supervalorizada acaba com dificuldades para exportar, pois seus produtos ficam mais caros. Uma possível consequência dessa situação é o aumento do desemprego.

- Guerra cambial é guerra de comércio e a diplomacia econômica é fundamental.

Política externa é incógnita

Entre os diplomatas, o cenário é de incertezas, já que Dilma pouco ou quase nada falou da política externa de seu governo, diz uma fonte do governo. Se antes as relações internacionais eram secundárias, a ascensão do Brasil na cena global fez do tema uma questão-chave para o país.

Para os analistas ouvidos pelo R7, a política externa não terá mudanças estruturais e será uma continuidade da era Lula.

O historiador Clodoaldo Bueno, da Unesp (Universidade Estadual Paulista), lembra que “Lula também não tinha opiniões claras sobre a política externa no início, mas acabou se revelando [um líder mundial] mais tarde”. Para ele, Dilma ainda pode surpreender.

Opinião parecida à da analista americana Julia Sweig, do Council on Foreign Relations.

- Ninguém será como Lula depois dele. Ainda não dá para saber como será Dilma [na condução da política externa], mas é preciso lembrar que ninguém previa que Lula fosse se tornar uma superestrela [nas relações internacionais].

Concordo que niguém será como Lula, ou melhor na atualidade mundial ,não há niguém como ele. Na minha opinião ,o Lula deveria ser chamado para integrar algum cargo na ONU. O universo político internacional precisa dele.

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