terça-feira, 14 de junho de 2011

A incrível história de Cleópatra

Sedutora é pouco. Releituras de documentos da Antiguidade mostram que a rainha do Egito, imortalizada no cinema por Liz Taylor, era, na verdade, feia. Mas ela se revelou uma genial articuladora política, grande estrategista de guerra... e uma mulher que só atraiu poderosos para atingir seus objetivos

Por:
Arlete Salvador é autora do livro Cleópatra (Editora Contexto)
 
 


Elizabeth Taylor, a mais famosa e espetacular figura de Cleópatra

Feche os olhos e imagine Cleópatra, a última rainha do Egito. Ela conquistou poderosos da Antiguidade, governou um dos países mais ricos e se tornou um mito na história. Aposto que a imagem que veio à sua mente foi a da atriz Elizabeth Taylor, que tinha 21 anos quando Cleópatra, um clássico do cinema, estreou nas telas. Aquela Liz do filme de 1963, linda, de cabelos negros e olhos brilhantes, simboliza Cleo desde então. Para boa parte dos fãs, Liz é Cleópatra. E Cleópatra era Liz. Nas reportagens sobre a morte da estrela, aos 79 anos, dia 23 de março, de complicações cardíacas, parte das fotos a mostrava na pele da heroína egípcia. Lamento desiludir você, mas a semelhança entre as duas é coisa de Hollywood. Releituras de documentos vêm derrubando certezas. A primeira delas é a da beleza física. Pela lógica, só uma mulher lindíssima conseguiria seduzir os governantes romanos Júlio César e Marco Antônio, certo? Errado. Não há nada que comprove seus atributos. Pelo contrário, moe das cunhadas com a face da heroína revelam um nariz aquilino e queixo proeminente.
Se a rainha tinha peitos fartos e curvas, talvez nunca se saiba. De qualquer forma, não é o físico que a traz de volta à ribalta. Cleópatra VII – quem diria? – é redescoberta por seus talentos intelectuais e pela veia de estrategista política. Ela exerceu o poder como poucas, escolheu amantes convenientes e lutou até o fim para manter a fortuna e o reino para os filhos. Ressurge agora contrariando os que associam rainhas à doçura e à bondade. Cleo não era nada disso.

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