sexta-feira, 9 de setembro de 2011

Prefeitura ameaça paralisar obras de empresas onde forem encontrados criadouros do mosquito da dengue

Na guerra declarada pela prefeitura do Rio ao Aedes aegypti, as concessionárias de serviços públicos - Light, CEG, Cedae e empresas de telefonia - serão cobradas para evitar focos do mosquito em suas intervenções pela cidade, sob a pena de terem as obras paralisadas. O alerta foi feito na quinta-feira pelo secretário municipal de Conservação e Serviços Públicos do Rio, Carlos Roberto Osório. Em reunião com representantes de concessionárias, Osório anunciou uma ação coordenada contra a dengue a partir da segunda-feira. Agentes de Saúde deverão elaborar relatórios quinzenais sobre as inspeções, que serão intensificadas. As informações serão concentradas no Centro de Operações Rio.
O secretário lembrou que as licenças para obras no Rio são dadas pela prefeitura, que exigirá atenção máxima para evitar um surto da doença.
- Vamos expandir as ações, apertar o cerco. A prefeitura não vai admitir que seus equipamentos sejam focos de dengue. A Light, por exemplo, é uma concessão federal, mas a autorização para obras em vias públicas é municipal. Podemos parar as obras, caso constatemos irregularidades - afirmou Osório.

Combate antes do verão é fundamental, diz especialista
Os equipamentos públicos que mais preocupam a prefeitura são o Estádio Olímpico João Havelange e a Marina da Glória, acrescentou o secretário. No encontro de ontem, ficou acertado que o Botafogo Futebol e Regatas, gestor do estádio, e a empresa EBX, responsável pela Marina, atuarão em conjunto com os agentes municipais para evitar problemas.
- São áreas de grande circulação de pessoas. Na terça, faremos varredura em cada palmo do Engenhão. E no fim do mês vamos à Marina da Glória. Contamos com o apoio dos proprietários de barcos - acrescentou Osório.
A prefeitura anunciou também a intensificação das fiscalizações em túmulos e jardins dos 23 cemitérios do Rio. Quiosqueiros da orla serão orientados a evitar o descarte sem critério das cascas de coco - que podem se transformar em criadouro do mosquito. Os focos de dengue devem ser denunciado pela população pelo número 1746.
Na avaliação da entomologista Denise Valle, do Instituto Oswaldo Cruz, ações conjuntas organizadas antes do verão são fundamentais para evitar mortes:
- O combate a macrofocos do mosquito são importantes, e controle mecânico é o mais adequado. Deixar para atuar no fim do ano é apagar incêndio E a conscientização da população tem extrema importância.
Com experiência de mais de 20 anos no assunto, Denise Valle ressalta que Singapura conseguiu interromper uma epidemia de dengue em seu auge com ampla participação popular. No país do sudeste asiático, a campanha "Dez minutos contra a dengue", que reforçada os benefícios do combate domiciliar, uma vez por semana, teve grande êxito.
Há nove dias, o prefeito Eduardo Paes anunciou que investirá R$ 42 milhões na contratação de agentes de Vigilância em Saúde e na compra de novos equipamentos de prevenção.

 
Site: O Globo.

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