segunda-feira, 17 de janeiro de 2011

Amamentação exclusiva até 6 meses influencia rendimento escolar

Resultados foram observados em meninos. Para as meninas, o aleitamento não fez diferença nesta área

Reuters Health | 16/01/2011 09:56

Um novo estudo aponta que meninos em idade escolar que foram amamentados pelo menos nos primeiros seis meses de vida podem ter melhor aproveitamento escolar que seus colegas em leitura, redação e aritmética.
A pesquisa, que acompanhou mais de 1.000 crianças australianas, constatou que garotos de 10 anos de idade que tinham sido predominantemente amamentados até os 6 meses de vida tiveram melhores resultados em um conjunto de testes acadêmicos.
Quando comparados a outros garotos que foram amamentados por um período mais curto, eles apresentaram, em média, notas 10% mais altas em matemática e redação, 8% em ortografia e 6% em leitura. Entre as meninas, no entanto, não foi observada nenhuma diferença de desempenho.
As descobertas, relatadas na revista especializada “Pediatrics”, não provam que a amamentação em si ocasionou a conquista acadêmica dos meninos. Na verdade, o principal indicativo do desempenho dos meninos foi o tempo que os pais dedicaram à leitura de livros aos filhos desde os primeiros anos de vida.
Ainda assim, mesmo depois considerados alguns fatores que poderiam explicar a relação – como renda familiar e nível acadêmico da mãe – a associação entre a amamentação e o desempenho dos garotos nos testes não sofreu alterações.
Os pesquisadores dizem que os resultados reforçam o que especialistas já recomendavam em relação à amamentação. “Nós sabemos que se a mãe tem uma dieta equilibrada, o leite materno é a melhor forma de alimentar o bebê pelo menos nos 6 primeiros meses de vida”, disse Wendy H. Oddy, do Telethon Institute for Child Health Research de Perth, Austrália, que conduziu o estudo.

Ela ressaltou que a Organização Mundial de Saúde e a Academia Americana de Pediatria já recomendam a alimentação do bebê exclusivamente através da amamentação nos seis primeiros meses de vida, continuando depois com o leite materno e introduzindo alimentos sólidos.
Menos riscos
Acredita-se que a amamentação diminua os riscos de diarreia, infecções de ouvido e da síndrome da morte súbita nos bebês, além de possivelmente causar benefícios gerais a longo prazo. Alguns estudos constataram que bebês amamentados também registraram menor ocorrência de asma, obesidade e diabetes.
Wendy ressaltou que o leite materno contém ácidos graxos essenciais envolvidos no desenvolvimento cerebral. Com base em tais evidências, alguns estudos já relacionaram a amamentação ao QI mais alto na infância e a um melhor aproveitamento escolar. Mas, como nem todos encontraram tal relação, ainda resta dúvidas se o aprimoramento é proveniente simplesmente do leite materno.
Para realizar o estudo, Wendy e sua equipe começaram a acompanhar gestantes e posteriormente avaliaram seus filhos, periodicamente, até os 10 anos de idade. Foram coletadas diferentes informações, tais como a frequência com que os pais liam para os filhos, com o intuito de contabilizar outros fatores que pudessem explicar qualquer ligação entre a amamentação e a façanha acadêmica.
Meninos x meninas
Mesmo levando em conta as outras influências, permaneceu a relação entre a amamentação em longo prazo e o melhor desempenho em testes de matemática, leitura e ortografia dos garotos – mas só no caso dos meninos.
Segundo Wendy, é plausível a ideia de que a amamentação poderia afetar o desempenho acadêmico de meninos e meninas de forma diferente. Existem evidências de que os meninos são mais vulneráveis a “adversidades” durante períodos críticos do desenvolvimento cerebral. Ela explicou que é possível que o estrógeno presente no leite materno, que aparentemente tem um efeito protetor sobre as células cerebrais, beneficie mais os meninos do que as meninas.
Outra teoria é que os meninos podem se beneficiar mais do vínculo afetivo com a mãe através da amamentação.
“Diversos estudos já mostraram que bebês do sexo masculino são mais dependentes da atenção materna no desenvolvimento de habilidades cognitivas e de linguagem”, disse ela. Porém, sendo a amamentação responsável ou não pelos melhores resultados dos meninos, os efeitos foram bastante
modestos.

Sempre acreditei que a amamentação é o futuro de toda criança.Como só tenho meninos (2). Concordo com a matéria.

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