Usando porretes, pedaços de ferro e até enxadas e picaretas, homens do bairro Caleme se uniram em grupos substituindo a polícia
Foto: Helio Motta
Moradores do Caleme seguram porretes que usam em rondas noturnas após as chuvas no bairro
Com o bairro devastado e sem luz até segunda-feira e os primeiros casos de furto noticiados, os jovens da área montaram uma espécie de milícia e passaram a fazer rondas em grupos, com lanternas, porretes, pedaços de ferro e até enxadas como armas.
“Ninguém aqui tem arma, então a gente se armou como deu. Montamos uma guarda, com base na escola, onde tínhamos um fogão e mantimentos, e ficávamos fazendo as rondas, vigiando a noite toda”, contou Márcio Pinheiro.
“Não tinha polícia aqui. Depois, quando a PM chegou, ficava dentro do carro, não rodava. A gente fez papel da polícia”, disse Leonardo Morais.
De acordo com os moradores, nos primeiros dias após a tragédia botijões de gás foram furtados, e estranhos batiam à porta de pessoas do bairro oferecendo água e vela. Segundo eles, “era para ver maneira de ver se havia alguém em casa. “Nós resguardamos os pertences da comunidade, e o pessoal [ladrão] recuou”, disse o garçom Fabiano Firmiano.
O homem abordado na rua pelo grupo de moradores não recuou no primeiro momento e chegou a sacar um tchaco, de acordo com eles. “Ele falou que queria subir, que a gente não podia impedi-lo, mas no fim acabou convencido por um policial militar, que fomos chamar”, disse Eder de Souza Silva.
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