sexta-feira, 30 de setembro de 2011

Rock in Rio aprende com erros e torna dia black memorável

Quinta-feira tem infra-estrutura funcionando e belos shows de Stevie Wonder e Janelle Monáe

R7
As reclamações surtiram efeito. Depois de uma primeira semana conturbada, o Rock in Rio voltou aos eixos nesta quinta-feira (29), seu dia extra, marcado por um par de shows excelentes, com pouquíssimo atraso, e infra-estrutura revitalizada. Stevie Wonder e Janelle Monáe, inclusive juntos, mostraram o que a black music tem de melhor. As filas, antes generalizadas, só continuaram nos brinquedos. Comer e beber no festival ficou muito, muito mais fácil.


Além do aumento do número de funcionários - algumas lojas de uma rede de fast-food na cidade foram fechadas e as equipes, deslocadas para a Cidade do Rock -, optou-se por privilegiar alimentos mais práticos e rápidos de preparar. A medida teve impacto direto na velocidade do atendimento, para alegria dos frequentadores.
Ir ao banheiro também se tornou uma tarefa menos penosa. Se no domingo o público foi obrigado a pular e inevitavelmente pisar em poças de urina, devido a um colapso do sistema de esgotos, pelo menos hoje a situação ficou sob controle. Funcionários ficaram de vigia tanto para censurar os "mijões" que insistissem em se aliviar no lugar errado quanto para realizar uma rápida manutenção.



Foto: PhRio News Ampliar
Por falar em vigilância, o número de seguranças na Cidade do Rock aumentou visivelmente, embora incidentes continuem a acontecer - furtos ainda surpreendem os desavisados, inclusive um fotógrafo, que resolveu se meter no meio do público e saiu do outro lado com equipamento faltando.
O dia começou ao som de Marcelo Jeneci e Curumin, que se dividiram entre seus trabalhos solo. A música black, no entanto, apareceu com força mesmo foi com Afrika Bambaataa, que se apresentou ao lado de Paula Lima e do rapper português Boss AC. Joss Stone mostrou sua soul music retrô esbanjando charme para uma plateia de fãs cativos e o Baile do Simonal, bem mais tarde, tocou para pouca gente.
No palco Mundo, os remanescentes da Legião Urbana homenagearam Renato Russo com a Orquestra Sinfônica Brasileira e convidados no lugar do vocalista. Se Rogério Flausino, Pitty (desafinada), Dinho Ouro Preto, Herbert Vianna e Toni Platão não fizeram performances memoráveis, ao menos o público cantou junto os sucessos da banda.
Pouco conhecida no Brasil, mas em evidência no exterior, Janelle Monáe mostrou a razão por trás do fuzuê. Dançando muito, fez jus às comparações com James Brown e botou a plateia para dançar, inclusive com covers de Prince e Jackson 5. Após a apresentação, experimentou a tirolesa e ficou de pernas para o ar sobre as cabeças do público que já assistia a outro show. Certamente vai embora com novos fãs na bagagem.

Perdido na programação, o dance pop safado de Ke$ha passou batido pelos espectadores, que só se interessaram pela última música, o hit "Tik Tok". Joss Stone poderia perfeitamente ter ocupado seu lugar no palco principal.
O Jamiroquai fez um show correto, mas sem o punhado de hits que tem na manga. Não empolgou como deveria. Já Stevie Wonder... Esse fez de sobra.
Entrou atrasado no palco e saiu de cena antes da hora. Mesmo assim, não há do que reclamar. Tocou até deitado e pela metade do espetáculo abriu mão do setlist para tocar "Garota de Ipanema", "Você Abusou" e os sucessos da carreira - a plateia foi embora cantando "Isn't She Lovely" e "You Are the Sunshine of My Life".
Para completar, Janelle entrou no palco e dividiu com Stevie três músicas, entre elas "Superstition". Um dos grandes momentos do Rock in Rio, se não o melhor.
Nesta sexta-feira (30), o dia será pop até a medula. Jota Quest, Marcelo D2, Ivete Sangalo, Lenny Kravitz e Shakira devem promover uma festa ininterrupta na Cidade do Rock - o clima de micareta será predominante.

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